dividir tarefas domésticas

Vale a pensa ler e relembrar a importância da partilha das tarefas domésticas desde pequenino:

“(…) é aconselhável que as crianças sejam incentivadas a participar nas tarefas domésticas desde muito cedo, porque assim aprendem a assumir responsabilidades, a ganhar autonomia, a desempenhar um papel produtivo na vida da família e a desenvolver a capacidade para tomar decisões, para gerir o tempo e para cooperar, que vai estabelecer  a sua auto-estima, bem como criar alicerces para assumir responsabilidades perante a comunidade em geral. Os pais devem escolher as tarefas apropriadas à idade e ao nível de maturidade dos filhos (…). De início as tarefas podem ser simples, como arrumar os brinquedos, dobrar as roupas e manter o quarto arrumado. Gradualmente outras tarefas domésticas rotineiras podem ser introduzidas: pôr e levantar a mesa, esvaziar o caixote de lixo (separar o lixo e reciclar), arrumar a cozinha.
Quando há mais do que um irmão, há que dividir as tarefas (…).
(…) plano aceite por todos deve ser amplamente participado através de uma discussão prévia e escrito na forma de calendário das obrigações de cada um, claramente descrito (por palavras, desenhos, horários) de maneira a que todos percebam.
Este plano pode ser um excelente amigo, uma divisão clara de responsabilidades sem margem para discussões. (…)
A eficácia de um regime deste tipo implica que se seja consciente e firme e que isso seja claro para todos. (…) Os pais devem resistir à tentação de fazer as coisas pelos filhos (requer muita paciência) mas o resultado vale a pena.”

Eva Delgado-Martins, Psicóloga.
Notícias Magazine 28.Agosto.2011

“A chegada de um bebé é um momento mágico.”

EQUÍVOCOS

É aflitivo perceber a quantidade de mulheres que acreditam que ter um filho pode salvar um casamento (ou relação aparentada).

A crença de que uma criança pode reparar o que se estragou ou ajudar a construir o que nunca existiu é um dos equívocos mais trágicos em que pode navegar uma família (ou candidata a).

A chegada de um bebé é um acontecimento mágico.

Mas o encanto pode soçobrar rapidamente no meio de uma imensidão de tarefas, do enorme cansaço, da permanente ansiedade, da adaptação que todos têm de fazer, do difícil entendimento de que a vida passou a girar em volta daquele pequeno ser.

As mulheres têm de mergulhar profundamente no papel de mães, acabam quase por se esquecer de si, e ainda mais dos que as rodeiam, e exigem dos companheiros pais do filho recém-chegado uma compreensão e um apoio absolutos – que nem todos estão preparados para dar.

A tremenda exigência que representa o nascimento de um filho pode minar até relações com boas bases de sustentação, quanto mais relações que andam à procura de “cimento”.

E as consequências destes “salvamentos” – que raramente o são – ficam para o resto da vida.

Do casal (mesmo que não se mantenha como tal) e da criança.

SOFIA BARROCAS

in Notícias Magazine 31 julho 2011